Pe. José Bento C.Ss.R

Blog católico: Informação, curiosidades e liturgia diária do santo evangelho.



quarta-feira, 22 de junho de 2011

CORPUS CHRISTI - EUCARISTIA


O Sacramento da Eucaristia

O que é a Eucaristia?
É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna.
Quando é que Jesus Cristo instituiu a Eucaristia?
Instituiu-a na Quinta Feira Santa, «na noite em que foi entregue» (1 Cor 11,23), ao celebrar a Última Ceia com os seus Apóstolos.
Como é que a instituiu?
Depois de reunir os Apóstolos no Cenáculo, Jesus tomou nas suas mãos o pão, partiu-o e deu-lho dizendo: «Tomai e comei todos: isto é o meu corpo entregue por vós». Depois tomou nas suas mãos o cálice do vinho e disse-lhes: «tomai e bebei todos: este é o cálice do meu sangue para a nova e eterna aliança, derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim».
O que significa a Eucaristia na vida da Igreja?
É fonte e cume da vida cristã. Na Eucaristia, a ação santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele atingem o auge. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja: o próprio Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são significadas e realizadas na Eucaristia. Pela celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna.
Como é chamado este sacramento?
A insondável riqueza deste sacramento exprime-se com diferentes nomes que evocam alguns dos seus aspectos particulares. Os mais comuns são: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do Senhor, Fração do pão, Celebração Eucarística, Memorial da paixão, da morte e da ressurreição do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios, Santíssimo Sacramento do altar, Santa Comunhão.
Qual o lugar da Eucaristia no desígnio da salvação?
Na Antiga Aliança, a Eucaristia é preanunciada sobretudo na ceia pascal anual, celebrada cada ano pelos judeus com os pães ázimos, para recordar a imprevista e libertadora partida do Egito. Jesus anuncia-a no seu ensino e institui-a, celebrando com os seus Apóstolos a última Ceia, durante um banquete pascal. A Igreja, fiel ao mandamento do Senhor: «Fazei isto em memória de mim» (1 Cor 11, 24), sempre celebrou a Eucaristia, sobretudo ao Domingo, dia da ressurreição de Jesus.
Quais os elementos essenciais e necessários para realizar a Eucaristia?
São o pão de trigo e o vinho da videira.
Como é que a Eucaristia é memorial do sacrifício de Cristo?
A eucaristia é memorial no sentido que torna presente e atual o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai, uma vez por todas, na cruz, em favor da humanidade. O caráter sacrifical da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós» e «este cálice é a nova aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc 22,19-20). O sacrifício da cruz e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. Idênticos são a vítima e Aquele que oferece, diverso é só o modo de oferecer-se: cruento na cruz, incruento na Eucaristia.
Como é que a Igreja participa no sacrifício eucarístico?
Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho são unidos aos de Cristo. Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida por todos os fiéis vivos e defuntos, em reparação dos pecados de todos os homens e para obter de Deus benefícios espirituais e temporais. A Igreja do céu está unida também à oferta de Cristo.
Como é que Jesus está presente na Eucaristia?
Jesus Cristo está presente na Eucaristia dum modo único e incomparável. De fato, está presente de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade. Nela está presente em modo sacramental, isto é, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo completo: Deus e homem.
Que significa transubstanciação?
Transubstanciação significa a mudança do pão no Corpo de Cristo e do vinho no seu Sangue. Esta mudança realiza-se na oração eucarística mediante a eficácia da palavra de Cristo e a ação do Espírito Santo. Todavia as características sensíveis do pão e do vinho, isto é as «espécies eucarísticas», permanecem inalteradas.
A fração do pão divide Cristo?
A fração do pão não divide Cristo: Ele está presente todo inteiro em cada uma das espécies eucarísticas e em cada uma das suas partes.
Até quando continua a presença eucarística de Cristo?
Ela continua enquanto subsistem as espécies eucarísticas.
Que tipo de culto é devido ao sacramento da Eucaristia?
É devido o culto de latria, isto é, de adoração reservado só a Deus quer durante a celebração eucarística quer fora dela. De fato, a Igreja conserva com a maior diligência as Hóstias consagradas, leva-as aos enfermos e às pessoas impossibilitadas de participar na Santa Missa, apresenta-as à solene adoração dos fiéis, leva-as em procissão e convida à visita freqüente e à adoração do Santíssimo Sacramento conservado no tabernáculo.
Porque é que a Eucaristia é banquete pascal?
A Eucaristia é o banquete pascal, porque Cristo, pela realização sacramental da sua Páscoa, nos dá o seu Corpo e o seu Sangue, oferecidos como alimento e bebida, e nos une a si e entre nós no seu sacrifício.
Que significa o altar?
O altar é o símbolo do próprio Cristo, presente como vítima sacrifical (altar-sacrifício da cruz) e como alimento celeste que se nos dá (altar-mesa eucarística).
Quando é que a Igreja obriga a participar na santa Missa?
A Igreja obriga os fiéis a participar na santa Missa cada Domingo e nas festas de preceito, e recomenda a participação nela também nos outros dias.
Quando se deve comungar?
A Igreja recomenda aos fiéis que participam na santa Missa que também recebam, com as devidas disposições, a sagrada Comunhão, prescrevendo a obrigação de a receber ao menos pela Páscoa.
Que se requer para receber a sagrada Comunhão?
Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importante o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo.
Quais são os frutos da sagrada Comunhão?
A sagrada Comunhão aumenta a nossa união com Cristo e com a sua Igreja, conserva e renova a vida da graça recebida no Batismo e no Crisma, e faz-nos crescer no amor para com o próximo. Fortalecendo-nos na caridade, perdoa os pecados veniais e preserva-nos dos pecados mortais, no futuro.
Porque é que a Eucaristia é «penhor da futura glória»?
Porque a Eucaristia nos enche das graças e bênçãos do Céu, fortalece-nos para a peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna, unindo-nos desde já a Cristo, sentado à direita do Pai, à Igreja do Céu, à santíssima Virgem e a todos os santos.

terça-feira, 14 de junho de 2011

NOVO TEMPO

TEMPO NOVO
Cada tempo é tempo de repensar a vida, de fazer novos projetos, olhar para a realidade que nos cerca e se lançar na busca de novos desafios.
Hoje por exemplo, é tempo de vencer a o medo e o desânimo. De mostrar ao mundo que, de fato, Deus é infinitamente maior que os poderes da injustiça e da morte.
É tempo de edificar comunidades que tenham Jesus como o verdadeiro centro. De relativizar regras que nos separam, para seguir os valores genuinamente evangélicos que nos unem. Deixar de lado caprichos pessoais, para centrar no Mestre toda a nossa ação pastoral e missionária, toda a nossa liturgia, todo o nosso empenho de discípulos.
É tempo de renovar nosso compromisso de seguidores de Jesus, pois ele nos envia para continuarmos no mundo seu projeto de vida para todos. Tempo de dar razão ao Espírito Santo que habita em nós por força do batismo. Pois o Espírito sopra onde que, e querer aprisioná-lo em exclusivismos seria trair o próprio Deus, que se doa por todos e nos dá a força necessária para agir em favor de quem menos pode.
É tempo de acreditar, sem exigir provas. Fé que precisa de provas não é fé. Daí as últimas palavras de Jesus na versão original do Evangelho de João: “Felizes os que não viram e acreditaram”. É feliz quem tem fé, quem não exige provas para entregar-se confiante ao mistério de Deus, que é tudo em todos.
É tempo de esperança e de felicidade. Acreditar no testemunho de tantas pessoas que, antes de nós, se entregaram pelo mesmo projeto de Jesus, doando a própria vida para que outros pudessem ter mais vida. Por fim é tempo de novas experiências, tempo de dar um novo sentido à vida. É tempo de ressurreição. Cristo vive e esta presente no meio de nós e quer morar nosso coração.
( Pe. J. Bento CSsR - Adaptação do texto do Pe. Paulo Bazaglia, SSP)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

FILHOS E FILHAS DO PAI ETERNO


CONDIÇÃO PARA SER FILHOS E FILHAS DO PAI ETERNO

Falamos e sempre ouvimos a expressão “filhos e filhas de Deus”. “Hoje podemos dizer que o mundo esta “endeusado”, ou seja, temos muitos “deuses”  e também podemos criar um a cada dia. Cada pessoa faz para si o deus que quiser, entendendo deus como; o transcendente/presente, uma pessoa, um objeto, um objetivo, um vício, um distúrbio, algo material, espiritual ou até mesmo um fator  psicológico, afinal a boca fala daquilo que o coração esta cheio (cf Mt 12,34). Por isso é bom definir quando usamos a palavra “deus”. Bruno Forte com muita sabedoria disse: “O Deus de Jesus cristo é diferente”. O autor fala de um Deus-Pai que é contradição na nossa realidade. Um Deus que é amor e que só pode o que pode o amor. Nós Somos filhos e filhas deste Pai, o Deus de Jesus Cristo.
O que sabemos do Deus-Pai, nós aprendemos das Escrituras Sagradas, mas precisamente da mensagem de Jesus Cristo o Deus-filho que veio ao mundo e se encarnou no ceio da humanidade. Ele nos fala de um Deus amoroso, atuante, acessível e bondoso presente em nossas vidas. Jesus não apenas veio revelar que Deus é seu Pai, mas também que é NOSSO PAI. Em  Jesus nós também nos tornamos filhos e filhas (cf. Jo 1,12). Ele nos ensinou e revelou tudo sobre o seu Pai e como devemos nos relacionar com ele. Trata-se de uma relação mútua, pois o amor só tem sentido quando correspondido.
A nossa fé cristã é trinitária, por isso dizemos: “Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo” ou “Em nome do Pai do Filho e do Espírito SAnto. Trata-se do “Deus Uno e Trino” que se esvazia e envia ao mundo Jesus o Deus-Filho. Na atitude humilde de Jesus que nasceu de uma família simples em Nazaré, conhecemos e fazemos a experiência da Trindade. Ele revelou para nós o amor do Pai e nos tomou pelas mãos tomando sobre si nossos pecados. Aqui há uma profunda relação entre o Pai e o Filho. Esta unidade é o mais sublime e verdadeiro amor a ponto de se tornarem “um” na ação unificadora do Espírito Santo. Jesus então nos ensina a adorar o Pai em espírito e  verdade (Jo 4,20-23).
E nós, seres humanos? Onde entramos neste processo? Como se dá a nossa condição de filho de filha? Bom, Deus não cumpre a sua missão sobre nós como um sujeito sobre um objeto, como um mágico e sua magia. Ele atua na unidade Trina nos convidando à participação ativa e responsável na sua obra salvífica para sermos sujeitos participantes de sua nesta missão. Por isso dá-se o lindo “espetáculo real” da encarnação de Jesus – nasce o filho de MARIA na humilde manjedoura. O Deus Emanuel, Deus conosco - presente na história vindo da descendência de Davi, portanto, Jesus rosto divino de um homem, rosto humano de Deus.   Logo a história de Deus se mostra plenamente na história de Jesus e se estende a toda a humanidade.
Em Jesus somos filhos e filhas do Pai Eterno. A condição para acolher essa verdade é a FÉ na tradição e nas Sagradas Escrituras. Elas nos revelam a ação de Deus na história do homem e da mulher. Pecar é não aceitar a condição de filho de filha e por que somos livres, nos é feita a proposta; Acolher esta condição de filhos filhas para  viver na graça, ou negar essa condição e trilhar o caminho do filho pródigo (Lc 15,11-32). O Deus-Uno e Trino, que ama a todos, nos acolhe acolhendo Maria e quer também nos proteger como o Pai protege seus filhos (Mt. 23,37-39). Assim, pertencemos a uma família fundada na dinâmica de amor do Pai do Filho e do Espírito Santo. Sou filho filha com direito a herança, sou filho filha com dignidade.
Você se considera como filho filha do Deus de Jesus Cristo? Se não, sinta-se membro desta Trindade de amor. Seja bem vindo, entre! a casa é sua. Esta é a sua família. Façamos festa por que este filho filha estava perdido e foi encontrado, estava morto e tornou a viver (Lc 15,32).

Pe. José Bento CSsR.